Arquivo mensais:janeiro 2016

Soneto de fidelidade

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“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”

(Vinícius de Morais)

*Fotografia por: Inácio*

 

Sobre a insustentável leveza

_DSC0201 “Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser”

_DSC0079A primeira leitura do ano foi um vendaval.
O livro começou exatamente como começam as tempestades, uma ventania não muito forte foi tomando conta de mim e ao final fez-se tempestade.
A história passou correndo dentro de mim, a ventania me elevou para bem longe do chão e quando me dei conta de que muitas vezes a leveza é insustentável, a queda foi certeira e abrupta.
E como tempestade que tira tudo do lugar, a história me deixou completamente virada. Estou coberta de poeira e folhas de árvores. Tomas, Teresa, Franz e Sabina me alagaram.
Chorei.

Quando estava no último capítulo, nas últimas páginas, lendo atentamente o desfecho da história eu percebi que uma dor tomou conta do meu peito, uma dor física tão real…
Meu coração acelerou, a respiração perdeu seu ritmo natural.
Era o fim daquela história, era a confirmação da insustentável leveza.
Quando enfim, terminei de ler o livro, fui direto para cama dormir.
Me deitei, de repente sucumbi.
Comecei a chorar, a soluçar.
Meu namorado me abraçou forte e carinhosamente disse: “não segura, apenas chore se essa é sua vontade”

Chorei.

Ainda estou vivendo no eco da obra.
Ainda estou de ressaca!

_DSC0122 _DSC0130“Em seguida, vem a terceira categoria, as dos que têm necessidade de viver sob o olhar do ser amado. A situação deles é tão perigosa quanto a daqueles do primeiro grupo, Basta que os olhos do ser amado se fechem para que a sala fique mergulhada na escuridão. É entre essas pessoas que devemos colocar Tereza e Tomas.”

Um dia calmo

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A tarde de sábado, assim como todo o dia, seguia lenta, bem monótona, mas não estava exatamente entediante. Tinha um climazinho de felicidade quase explícita no ar.
É o que chamo de felicidade discreta, felicidade delicada. É o estar sentindo-se bem, muito bem, mas sem uma razão clara.
Havia um certo ânimo compartilhado entre todos daqui de casa.
Aproveitei o clima e convidei o Inácio para um piquenique que há muito tempo vinha sendo adiado. Ele prontamente aceitou.

Não levamos tantas coisas, apenas a “toalha” de piquenique, algumas poucas frutas, água, suco e iogurte.
Fomos ao bairro vizinho ao nosso, que é lindamente arborizado, calmo e cheio de praças e perto o suficiente para irmos de bicicleta sem nos cansarmos tanto.

Escolhemos uma pracinha beeeem calma, com poucas pessoas, o sol já estava indo embora, mas ainda sim renderam algumas fotos. =} _DSC0262_DSC0172_DSC0082_2 copy_DSC0225_DSC0202_DSC0215_DSC0177 _DSC0258_DSC0148_DSC0111_DSC0o139

Obs: simplesmente adorei as fotos. Quase todas foram feitas pelo Inácio.