Sobre a insustentável leveza

_DSC0201 “Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser”

_DSC0079A primeira leitura do ano foi um vendaval.
O livro começou exatamente como começam as tempestades, uma ventania não muito forte foi tomando conta de mim e ao final fez-se tempestade.
A história passou correndo dentro de mim, a ventania me elevou para bem longe do chão e quando me dei conta de que muitas vezes a leveza é insustentável, a queda foi certeira e abrupta.
E como tempestade que tira tudo do lugar, a história me deixou completamente virada. Estou coberta de poeira e folhas de árvores. Tomas, Teresa, Franz e Sabina me alagaram.
Chorei.

Quando estava no último capítulo, nas últimas páginas, lendo atentamente o desfecho da história eu percebi que uma dor tomou conta do meu peito, uma dor física tão real…
Meu coração acelerou, a respiração perdeu seu ritmo natural.
Era o fim daquela história, era a confirmação da insustentável leveza.
Quando enfim, terminei de ler o livro, fui direto para cama dormir.
Me deitei, de repente sucumbi.
Comecei a chorar, a soluçar.
Meu namorado me abraçou forte e carinhosamente disse: “não segura, apenas chore se essa é sua vontade”

Chorei.

Ainda estou vivendo no eco da obra.
Ainda estou de ressaca!

_DSC0122 _DSC0130“Em seguida, vem a terceira categoria, as dos que têm necessidade de viver sob o olhar do ser amado. A situação deles é tão perigosa quanto a daqueles do primeiro grupo, Basta que os olhos do ser amado se fechem para que a sala fique mergulhada na escuridão. É entre essas pessoas que devemos colocar Tereza e Tomas.”

9 pensou em “Sobre a insustentável leveza

  1. Camila Faria

    A primeira vez que eu li A Insustentável Leveza do Ser eu devia ter uns 12 anos. O livro era dos meus pais e eu me lembro de ter ficado impressionadíssima ~ acho que foi meu primeiro “grande” livro. Já devo ter relido umas 15 vezes desde então e toda vez me descubro mais envolvida com a história e percebo coisas que não tinha percebido antes. A mais importante: que a gente vai mudando junto, sempre, a cada ano. E eu sempre choro muito também. Os capítulos finais são sempre uma chuva de lágrimas por aqui.

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    1. admin Autor do post

      Eu vou ler ele novamente, acho que não vai demorar muito, será ainda esse ano, porque de alguma forma o livro parece “pedir” que eu o leia novamente.
      E, caramba, chorei demais no último capítulo. Nunca havia acontecido.
      Agora quero me jogar em tudo do Kundera. =}

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  2. Stéfhanie

    Esse livro é maravilhoso! Quando li também fiquei com ressaca literária, mas toda vez que isso acontece é porque valeu a pena.

    Que seu 2016 seja lindo, leve e cheio de amor!

    Toda vez que veio aqui meu coração enche com toda essa leveza e delicadeza que você passa a cada post.

    Beijinho

    Responder

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